domingo, 30 de maio de 2010

Rancor

Me espremo, hoje, para caber em meus sonhos.
Porque sou, agora, muito maior do que posso ser amanhã.
Obrigado, por diminuir o meu futuro no meu presente.

Obrigado, por mais desgosto na minha vida.
Obrigado, por seus argumentos de autoridade.
Obrigado, por tomar parte aonde não foi chamada.
Obrigado, por responder em meu nome!

Para que me deu um nome, então?
Se ele só é necessário amanhã,
que EU me nomeie amanhã!

Diminuo os meus ideais, para se conformarem com o real.
Dormirei menos, para acordar cedo e enfrentar a labuta.
_________ não ter pesadelos, me restringir ao que esta posto.
_________ não acordar outro dia,
e perceber que mais valia dormir.

Guardo a minha raiva em palavras,
e tudo isto se torna rancor.

Agonizo

Sem destino. Acuado.

Tenho um bom senso de direção,
Mas para que me sirvo disto?
Sem ter para aonde ir...

Estou sempre perdido!

Meu bioma torna me os passos cambaleantes,
no derradeiro momento,
eu caio por terra.

Antes de cruzar a linha de chegada da maratona de lugar nenhum.
A maratona, a vida, a chegada, a morte, o prêmio... o prêmio, não sei.

Por isso, perdido.
Agonizo, perco o tempo.

Nunca ganho tempo!
Ele sempre me tira tudo que tenho,
e me deixa só a impressão de ter tido algo.
Agonizo mais.

Caio mais no buraco, meus sonhos pelo bueiro.
Era tudo água, tudo "devir".
E eu, abraçando meus fantasmas para me levantar... somente agonizava.
Me contorcia, me espatifava, me debatia.

Mas nunca sei se saí do maldito lugar, porque não tenho referênciais.
Sem deus, sem letra maiuscula nessa palavra.
Não posso dar letra maiuscula!, letra maiuscula é para nomes,
Nomear é para os que se encontrarão. Quem sabe aonde esta?

Agonizo, só agonizo, só.

Formspring

Entao vc concorda que vc é ridiculo, e que nao merece nem uma unha dela, porque ela é incrivel, e merece MUITO mais do que vc pode oferecer?


Concordo.

Não sei se ela concorda, mas eu concordo.

Só ofereço para ela o meu esforço.

Não tenho a capacidade artistica de escrever algo realmente bonito que eternizasse meus sentimentos, nem desenhar, musicar, nada

Não tenho nenhuma perspectiva de futuro muito promissor. Acredito que um futuro promissor, para min, incluiria ela.

Não tenho a capacidade de estar sempre por perto quando ela precisa.

Não tenho a capacidade de sempre saber o que ela pensa, e de vez em quando até tento adivinhar (sem muito sucesso).

Não tenho dinheiro, não que ela pareça que se importe muito com isso.

Tenho coisas insignificantes, e indescritiveis, e incontaveis, incomparaveis, e, acima de tudo, indescritiveis. Tenho o meu filos.

Melhor, tinha. O que tenho já é dela há um certo tempo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Minha mão

Há alguns dias minha mão descasca.
Dias não, fazem meses!

O assunto já é levemente sério: a mão para um estudante de música (cordas e teclas) é primordial.

Bem, diziam-me que a causa seria estresse, o que acarretaria em excesso de suor nas mãos, e traria este efeito.. bizarro.
. Mas eu bem sei que todos só querem me convencer que a minha vida é muito incerta e apaixonada.
Não sei exatamente quando isto se tornou um problema!, mas faz um ano, talvez mais, que a expressão "morrer de amor" me soa em sentido literal.
Claro, com amor não digo somente por pessoas.
Eu me refiro a amar a vida... não só as pessoas... o chão! o céu! a filha da puta que meteu o caralho da merda do carro na frente da porra da minha garagem, etc. E amar não é gostar, ter apreço, muito menos sentir atração (isso seria um pansexual sado-masoquista), não.

Amar é intensidade!
Amar é ódio. Amar é raiva.
Amar é tudo intenso e espontâneo.

Pois bem, querem me convencer que eu estou errado em pensar como penso (mesmo tendo os argumentos certos para a minha defesa!) e que há um tal jeito certo de viver. De viver, eu disse!

Só quero saber quem foi a grande autoridade que conhece mais sobre a vida do que os outros, e com isso me refiro a vida DOS outros!, para me alertar do certo e do errado.

Então, ignoro todos eles, tenho as minhas próprias justificativas para o descameamenteo da minha mão.

Tudo ocorre da seguinte forma:
O meu corpo esta expelindo a pele para expor o verme que realmente sou por debaixo dela. Estou sendo, em grande conformidade com o real, afirmo, metamorfoseado em uma barata. não qualquer uma, a minha.

Por isso, meus caros, deixo este... bem... não sei exatamente o que é isto que eu escrevi... tudo anda meio confuso.. desculpem-me.

O importante é que eu gostaria de alerta-los da possibilidade de me verem como o ser repugnante que eu sempre fui em algum dia próximo.

Se o pior acontecer, peço encarecidamente para que me acolham com todo o carinho e hipocrisia de antes e tentem não reparar que eu sou, finalmente, tão feio e sujo quanto a minha moral.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prazer em dor

Tenho torcicolo de observar nuvens.
Sinto meus cotovelos em letargio
Minha cabeça explode de ontem a noite.

Os meus ombros são inimigos de min.
O meu coração falece de alegria.

Minha garganta arde das melodias que entoava
E os pés latejantes do trajeto que percorri.

Estribilhos da vida? Não.
A vida em sí.

Se não fossem por estas dores tão prazerosas,
a vida seria somente uma levada de acordes básicos e soníferos.

Dores que eu não me arrependo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

porra nenhuma

Uma sala.
Uma porta.
um corredor.
uma escada.
um portão.
uma rua.

meu caminho.

Se você não entendeu porra nenhuma,
a culpa é sua.

Não mais Sofia.

Jovem Sofia.
Jovem, mas.. nem por isso cândida.

Conto-lhes agora
a história
que nem é de muitos estranha.

Por quais caminhos as indecisões de uma adolescente pode a levar? Lembrando que o substantivo "adolescente" provem de adoecer.
Os caminhos são sempre fatídicos para os que são lugar comum e fazem as mesmas má escolhas usuais da idade. O ridículo nunca é o erro em si, mas a motivação.

O adoecer de adolescente deve ser da falta de objetivo e nexo.

Mas voltemos a minha promessa inicial, uma história.

Sofia, garota jovem, 13 anos, flor da mocidade.
Uma idade de causar inveja a muitos. Não a ela.
Jovem garota bela! Ignorante, talvez, porém bela.

Sofia queria aparentar ser mais velha.
Não queria, ela, ter a idade dela!
Queria prazeres, outros, de uma vida, outra, senão aquela.
"Pobre da alma humana com oásis só no deserto do lado."

Sofia... bem... sofia...


Foi isso, Sofia começou a fumar!
É, hábito este de gente "séria"...
Agora era bem quista em todas festas - regorjizava.

E Dance, ao som da alegria!
E Beba, se entregue à orgia!
Tudo pela incerteza de um outro dia.
Tentando fazer de uma noite uma vida!

E conseguiu.

O caminho foi lento, todo dia fumava mais.
Começou a entrar em depressão... o que poucos sabem, ou prestam a devida atenção, é que a alegria é também um efeito químico biológico com relação direta a liberação de hormônios. É tão pouco poético isso... Fazer oque?

Quando fumava, ficava indisposta para atividades físicas...
Atividades físicas que liberavam hormônios.
Hormônios que traziam a alegria!
A depressão a fazia fumar ainda mais.
Fumar a indispunha para as atividades físicas...

Agora,

Cada dia ela conta o tempo que lhe resta.
Não mais frequenta festas,
Só contabiliza o tempo que lhe resta.

Jovem Sofia,
Burra Sofia.
Estava duas vezes mais velha a cada dia.
Conseguiu ela o que queria?

Agora morra, não mais jovem Sofia.
Não mais Sofia.